segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Vanessa

Lá ia eu, seguindo aquela rua desconhecida. Não fazia idéia alguma de onde podia estar; lugar qualquer de qualquer cidade... Também não sabia como tinha indo parar lá. Havia prédios dos dois lados da rua, mas, entre eles, espaços grandes o suficiente para uma boa ventilação e uma bela visão do céu. Tenho quase certeza de que havia também casas térreas, mas isso pouco importa. Lembro-me de ver fícus nas calçadas e de a rua ser de paralelepípedos – o que é improvável e pode facilmente ser imaginação minha. Segui caminhando e, ao fim da rua, dei-me com um prédio – literalmente no fim da rua, tornando-a sem saída. Não o conhecia, nunca tinha estado ali, mas simplesmente entrei. De certa forma era como se eu fosse guiado por uma força qualquer que não a minha; uma força que conhecia o lugar e sabia por onde ir. Passei sem falar com o porteiro, como deviam fazer os moradores, velhos conhecidos do homem; peguei o elevador e subi a um andar qualquer – hoje penso ter sido o sétimo, mas não tenho uma lembrança que me possa confirmar. Havia uma porta aberta pela qual saía uma luz. Fui até lá e empurrei a porta o suficiente para que pudesse entrar, mas esperei ali. Embaixo da janela da qual vinha a luz, sentada no sofá, estava uma linda moça. Tinha as pernas cruzadas como cruzam as crianças ao sentarem no chão e estava enviesada, porém de frente para o encosto. Pude ver que costurava. Entrou em cena então um rapaz e, logo em seguida, uma criança pequena – dessa parte não tenho tanta certeza, mas sei que a moça largou a costura e passou a interagir com os demais; pude então reconhecê-la. Ruiva natural, pele muito clara, sorriso puro. Assisti da porta por vários minutos a convivência dos que estavam ali dentro, protagonizada por Vanessa – sequer me lembro das feições do homem (provável irmão) ou da criança (provável imaginação minha).

Ali, certamente, era onde Vanessa morava com a família; estava, portanto, no Rio de Janeiro. Como e por quê fui parar ali, eu não sei. Sei que sentia um clima de praia muito familiar e, aos poucos, pude me sentir à vontade. Não consigo me lembrar se cheguei ou não a conversar com qualquer um dos ali presentes... Daí pra frente me recordo apenas que vi Vanessa segurar a criança no colo e, em seguida, voltar à costura, no sofá – imagem que se não me remete a uma fotografia antes vista, ficou marcada em mim como tal. Nada mais.

Um comentário:

Larissa Cavadas disse...

Vanessa não é nome de ruiva natural. Deveria se chamar Sweska!

;**